31/01/2008
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Não conheço o som de pétalas a abrir, mas julgo que seja um resfolhar de asas vegetais. Sinto-me surda quando embato na realidade de ser um ouvido humano, viciado por aquilo que quero ouvir (a tua respiração, amor, o teu reconhecimento da minha presença, a articulação do meu nome). Não conheço, não sei o ruído do instinto, do sentido que me faz levantar a cabeça à tua chegada silenciosa. Talvez o ar circule em ondas únicas quando passas, talvez haja um vento que me sussurra o teu nome, talvez tudo seja uma grande coincidência e eu queira o mérito de te adivinhar enquanto espero.Desconheço a voz da pele a eriçar-se, penso que seja o miar de uma gata muda com o cio. De novo, surda para o verdadeiro. Muda, para o que se recusa a ser palavra.
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Sem palavras
Não conheço o som de pétalas a abrir, mas julgo que seja um resfolhar de asas vegetais. Sinto-me surda quando embato na realidade de ser um ouvido humano, viciado por aquilo que quero ouvir (a tua respiração, amor, o teu reconhecimento da minha presença, a articulação do meu nome). Não conheço, não sei o ruído do instinto, do sentido que me faz levantar a cabeça à tua chegada silenciosa. Talvez o ar circule em ondas únicas quando passas, talvez haja um vento que me sussurra o teu nome, talvez tudo seja uma grande coincidência e eu queira o mérito de te adivinhar enquanto espero.Desconheço a voz da pele a eriçar-se, penso que seja o miar de uma gata muda com o cio. De novo, surda para o verdadeiro. Muda, para o que se recusa a ser palavra.
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